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domingo, maio 28, 2006

Casal Perfeito



A solidão dos homens tem a medida da solidão de suas mulheres. Isso eu disse e escrevi - e repito - em dezenas de palestras por este país afora. Aí me pedem para escrever sobre o casal perfeito: bom para quem gosta de desafios.
O casal perfeito seria o que sabe aceitar a solidão inevitável do ser humano, sem se sentir isolado do parceiro - ou sem se isolar dele? O casal perfeito seria o que entende, aceita, mas não se conforma, com o desgaste de qualquer convívio e qualquer união?
Talvez se possa começar por aí: não correr para o casamento, o namoro, o amante (não importa) imaginando que agora serão solucionados ou suavizados todos os problemas - a chatice da casa dos pais, as amigas ou amigos casando e tendo filhos, a mesmice do emprego, chegar sozinha às festas e sexo difícil e sem afeto.
Não cair nos braços do outro como quem cai na armadilha do "enfim nunca mais só!", porque aí é que a coisa começa a ferver. Conviver é enfrentar o pior dos inimigos, o insidioso, o silencioso, o sempre à espreita, o incansável: o tédio, o desencanto, esse inimigo de dois rostos.
Passada a primeira fase de paixão (desculpem, mas ela passa, o que não significa tédio nem fim de tesão), a gente começa a amar de outro jeito. Ou a amar melhor; ou, aí é que a gente começa a amar. A querer bem; a apreciar; a respeitar; a valorizar; a mimar; a sentir falta; a conceder espaço; a querer que o outro cresça e não fique grudado na gente.
O cotidiano baixa sobre qualquer relação e qualquer vida, com a poeira do desencanto e do cansaço, do tédio. A conta a pagar, a empregada que não veio, o filho doente, a filha complicada, a mãe com Alzheimer, o pai deprimido ou simplesmente o emprego sem graça e o patrão de mau humor.
E a gente explode e quer matar e morrer, quando cai aquela última gota - pode ser uma trivialíssima gota - e nos damos conta: nada mais é como era no começo.
Nada foi como eu esperava. Não sei se quero continuar assim, mas também não sei o que fazer. Como a gente não desiste fácil, porque afinal somos guerreiros ou nem estaríamos mais aqui, e também porque há os filhos, os compromissos, a casa, a grana e até ainda o afeto, é preciso inventar um jeito de recomeçar, reconstruir.
Na verdade devia-se reconstruir todos os dias. Usar da criatividade numa relação. O problema é que, quando se fala em criatividade numa relação, a maioria pensa logo em inovações no sexo, mas transar é o resultado, não o meio. Um amigo disse no aniversário de sua mulher uma das coisas mais belas que ouvi: "Todos os dias de nosso casamento (de uns 40 anos), eu te escolhi de novo como minha mulher".
Mas primeiro teríamos de nos escolher a nós mesmos diariamente. Ao menos de vez em quando sentar na cama ao acordar, pensar: como anda a minha vida? Quero continuar vivendo assim? Se não quero, o que posso fazer para melhorar? Quase sempre há coisas a melhorar, e quase sempre podem ser melhoradas. Ainda que seja algo bem simples; ainda que seja mais complicado, como realizar o velho sonho de estudar, de abrir uma loja, de fazer uma viagem, de mudar de profissão.
Nós nos permitimos muito pouco em matéria de felicidade, alegria, realização e sobretudo abertura com o outro. Velhos casais solitários ou jovens casais solitários dentro de casa são terrivelmente tristes e terrivelmente comuns. É difícil? É difícil. É duro? É duro. Cada dia, levantar e escovar os dentes já é um ato heróico, dizia Hélio Pellegrino.
Viver é um heroísmo, viver bem um amor mais ainda. O casal perfeito talvez seja aquele que não desiste de correr atrás do sonho de que, apesar dos pesares, a gente, a cada dia, se escolheria novamente, e amém.


"Apesar de todos os medos, escolho a ousadia. Apesar dos ferros, construo a dura realidade. Prefiro a loucura à realidade, e um par de asas tortas aos limites da comprovação e da segurança. Eu sou assim, pelo menos assim quero me imaginar: a que explode o ponto e arqueia a linha, e traça o contorno que ela mesma há de romper. Desculpem, mas preciso lhes dizer: Eu quero o delírio." Lya Luft Do livro Histórias do tempo.

quinta-feira, maio 25, 2006

O dia de uma fase zen implicante...


Um dia, só porque acordei com o humor bipolar maníaco e porque minha irmã é toda certinha, resolvi arrumar-me de forma elegante-excêntrica indiana.

Antes de ir para o banho, convidei-a para ir no shopping e pegar um cineminha. Era verão e coloquei um vestido indiano azul, um brinco indiano também azul, tornozeleira daquelas que as dançarinas usam e faz barulhinho quando se anda, um brinco em prata, na parte de cima da orelha, tipo piercing, uma argola no nariz e, para finalizar o jeito bem zen, um binje.

Quando cheguei na sala e disse um "estou pronta, vamos?", minha mãe riu e minha irmã só virou os olhos pra cima e falou um eu mereço! E lá se foi ela comigo para o shopping, de vez em quando me olhando e meneando a cabeça.
Como ela não reclamou do meu visual e o brinco tipo piercing me apertava muito a orelha, o binje me dava coceira e a argola do nariz estava incomodando, comecei a me "desfolhar" no escurinho do cinema.

Não sei por que lembrei desses episódios. Acho que porque pensei na mãe e na Vera, que riam muito do meu jeito arraza quarteirão, mas sabiam que o que eu fazia era só uma casca para tornar o mundo mais alegre e também me alegrar. Nessas fases, até criava alguma roupa, acessório diferente e no dia seguinte, via algumas adeptas fazendo o mesmo, na rua.
Eu inventava mil maneiras de me vestir. Criava moda. Qualquer pano ficava excêntrico e bonito - no meu modo de ver as coisas, pelo menos. E também fazia as coisas de um modo muito engraçado, que mesmo que elas dissessem " faz de conta que eu não te conheço", acho que gostavam quando eu aprontava e as fazia rir.

Da mesma forma, eu aprontava para alegrar suas vidas. Era uma espécie de troca. Eu ter coragem de aprontar e elas se deliciarem com algo que talvez também gostariam de fazer, mas eram mais envergonhadas e nada ousadas.

Bom lembrar dessas coisas em família. Sinto falta de platéia...

terça-feira, maio 23, 2006

Este post é em homenagem à Soninha, minha hermana...


Eu sou gremista. Sou porque quando era pequena, a Ana Lúcia Gómez Corrêa me deu uma pedrinha de porcelana que era o máximo pra jogar amarelinha. Na verdade, eu fui comprada, claro. Ela me subornou e eu aceitei, porque aquele caquinho era o meu sonho de consumo do momento.
Quando cresci, continuei gremista, porque tinha dado minha palavra e era a única que diferia do time da família. Depois me agreguei aos primos Mig, Lolô, Zé, Míriam e Marion, que eram todos mosqueteiros. Mas nunca gostei de futebol e nem entendo nada de jogo. Aliás, eu só sei quando é gol, porque a bola entra na trave. E sei quando é penalty, quando alguns jogadores cruzam as mãos no saco.
Nunca fui num estádio de futebol-só vi pela televisão e por fotos. Isso tudo pra dizer que minha irmã, colorada "vermelha", deve ter jogado muita pedra na cruz, porque arrumou um namorado gremista "roxo".
Um dia eu estava lá em Porto Alegre e tinha jogo. Pela primeira vez na vida, tive vontade de ir junto com eles, porque estaria acompanhada por um gremista como eu. Mas minha irmã disse que não me levaria num gre-nal, dizendo que sou "muito fiasquenta e desligada", iria fazer bagunça na hora do gol (olha só...ela já estava conferindo ao Grêmio o poder que ele tem) e apanharia da torcida do Colorado - porque ela tinha comprado ingressos na torcida dela.
Confesso que fiquei meio chateada, não por não ter conhecido o estádio do timão, mas porque ela falou:
-O José Carlos respeita quando está na torcida do Colorado, mas tu...e não terminou a frase, me olhando com cara de generala.
-Dãããã...-foi só esse o meu protesto. Mas só porque eu não estava nem aí pra futebol. Era mais um dos pedidos sem noção...
Um pedido daqueles que eu faço, quando não tenho nada pra pedir e pra não esquecer que sempre posso pedir e ganhar.
Eu não sou turca mas tinha amigo que era...
Turgo ensina muito o zamigos!

quarta-feira, maio 17, 2006



Agora todos podem fazer denúncias contra abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Até mesmo as crianças, que antes eram intimidadas, chantageadas ou ameaçadas pelo abusador, podem fazer a denúncia, sem medo de serem mais vitimizadas.
Quando a denúncia é feita, acaba o abuso; acaba o terror.
Que bom que hoje temos o Conselho Tutelar! Que bom que hoje temos o Ministério Público, as Delegacias e o Juizado da Infância e da Juventude que, unidos, podem salvar as vítimas de pedófilos - pessoas doentes, que não conseguem se satisfazer sexualmente com adultos.
Na verdade, eles não têm um desempenho normal da sexualidade e procuram a inocência e a fragilidade das crianças ou adolescentes, para que seu poder de autoridade e força se faça notado, submetendo as vítimas a seus desejos perversos e sem questionamentos.
A violência sexual contra crianças e adolescentes muitas vezes acontece próximo de todos nós. O abuso e a exploração sexual de menores são crimes graves que comprometem o futuro da vítima. A omissão da sociedade gera grande dificuldade na identificação real do problema.
O que é o abuso sexual?
Abuso sexual é o uso da criança ou adolescente, menino ou menina, para gratificação sexual de um adulto ou adolescente, seja por meio de manipulação, toques, participações em jogos sexuais, exibicionismo, pornografia, prática de sexo oral, anal e até o estupro propriamente dito.
Exploração sexual de crianças e adolescentes é a prática do abuso sexual com fins comerciais, seja em espécie, serviço ou favores.
Ex: pornografia infantil e turismo sexual.
Quem é o agressor?
Na maioria dos casos, o abuso se inicia dentro de casa, por membros da mesma família ou pessoas que mantém um vínculo de afetividade, confiança e dependência com a vítima.
Onde encaminhar
Disque Denúncia Nacional: 0800 990500
Disque Denúncia Estadual: 181
Conselho Tutelar
Ministério Público
Delegacias
Juizado da Infância e Juventude.

Já vimos que às vezes existe o abuso sexual sem que a vítima - quando criança, geralmente- entenda o que está acontecendo, principalmente quando o abusador é uma pessoa querida - como acontece na maioria das vezes.
Isto acontece porque a criança não consegue entender como uma pessoa que ela ama, e diz amá-la, poderia lhe fazer algum mal. Uma observação importante: pode haver abuso sexual SEM VIOLÊNCIA FÍSICA, SEM SENTIR DOR.
O Abuso Sexual às vezes acontece disfarçado de carinho.

Quando o abuso é com violência física é mais fácil de se identificar.
Um exame médico confirma facilmente.
Abaixo, damos alguns exemplos de abuso:
1. Maria, 5 anos, foi passar a tarde com o padrinho, e lá ele a colocou no sofá, tirou sua calcinha, ficou passando a mão no seu órgão genital, e depois o pênis pelo mesmo local.
2. Juliana, 15 anos, vítima de violência sexual parte do próprio pai que encontrava-se embriagado no momento do ato.
3. Severina e Francisca, 9 e 11 anos. Segundo as crianças, o tio alisada as coxas delas, bumbum, vagina, lambia as pernas, coxas, bumbum. Ele dizia que não podiam contar para ninguém, pois elas apanhariam. Até que um dia, a tia o pegou nessa prática.
4. Cristina e Cristiana, 6 e 5 anos. A empregada que alisava seus órgãos sexuais, até doer.
5. João, 3 anos. A empregada ficava pegando no seu pênis, esfregava, chegando a ferir.
6. Severino, 6 anos. O padrasto quando estava só com ele, o colocava na cama, e botava o dedo no ânus. Doía.
7. Márcia, 8 anos. O pai quando estava só com ela, enfiava o dedo no seu ânus, e dizia que não era para contar para a mamãe, que era um segredo só deles.Ele a beijava em todo o corpo, também.
8. Joana, 6 anos. Quando sua mãe saía para trabalhar, seu padrasto costumava pedir para ela pegar em seus órgãos sexuais, acariciando-o, mexendo, até que "saia uma coisa branca" de dentro dele. A criança fazia isto, como um segredo só deles.
Se você se passa por uma dessas situações, percebe que está sendo abusado sexualmente, procure sua Professora, seu Professor ou a Psicóloga da Escola e converse sobre o que ocorre. Eles poderão lhe ajudar.
É hora de falar, de dar um basta.

GRITE.
Créditos:
http://www.sds.pe.gov.br/
Folder passeata do dia 17/05/06/CTBA

segunda-feira, maio 15, 2006

Depois das mudanças cleans, o banho da Chelsea...

05/03/03

Hoje eu estava a mil e resolvi mudar os móveis de lugar, já que não posso mudar de casa [que nem cigana] e trocar toda a decoração.
Na hora de tirar o piano do lugar, o piso ficou riscado e ele não passou pela porta do corredor, para levá-lo até o escritório.
Na hora, cheguei até a pensar em fazer uma doação, mas resolvi colocá-lo na sala de jantar, porque a minha sala já estava planejada para ficar mais clean.
Quase na hora de pensar em tomar banho e relaxar, olhei pra Chelsea e, além da cara de raposinha que ela tem, estava com cheiro de raposa. Pensar em dar banho nesta criatura raposenta é a mesma coisa que planejar uma guerra - eu acho. Tenho que pegar a coleira, escondê-la numa das mãos, colocar essa mão pra trás e sair com um sorriso de quem não quer nada-só agradinhos-porque o bicho tem um sexto-sentido tão forte que basta eu pensar em banho e ela já se mete no fundo do quintal, onde tem um declive. Fica lá no fundo do fundinho, quietinha, me olhando. Quando estou chegando perto, ela sobe correndo e fica uma correria atrás do nada. Não sei como a cachorra adivinha que vai tomar banho. Acho que passo todo meu horror pra ela, por mais que vá de mansinho e toda simpática. Ela tem o dom de se meter bem no fundo da casinha e lá se planta, quase criando raíz. Aí começa o meu esforço, puxando aquele monte de banha trocentas vezes, até conseguir que ela fique metade pra fora de sua casinha. Depois, a tarefa mais difícil: atravessar para o outro lado da casa, arrastando-a e sendo arrastada por ela, quase caindo e me esfolando toda, até chegar ao local do banho.
Vocês lembram do Beethoven, aquele São Bernardo, tomando banho? Pois o "nosso" banho é assim, com a diferença de que Chelsea é pequeno porte, esperta e muito voluntariosa! Ela me mostra os dentes! Faz grrrrrrrrrr!
Na hora que passei o primeiro shampoo, ela se deixou esfregar e eu pensei: hummm...ela resolveu cooperar. Estou com sorte!
Na segunda vez, já enxaguada, coloquei mais shampoo com creme de silicone, pra ela ficar lindona e cheirosa e o que acontece? Ela deu aquela sacudida e tudo foi parar aos quatro ventos. Deu uma volta em torno de mim, colou-se no meu corpo e quase se suicidou, porque deu algumas voltas nas minhas pernas, deixando-me amarrada nela, quase caindo.
A primeira coisa que fiz foi dizer um monte de palavrões e quando consegui me livrar do seu abraço, estava cheia de pelos, com o cheiro dela [de cachorro molhado] impregnado em mim e de topless...
Uma cena surrealista, eu diria.
Corrí para o chuveiro e jurei que não dou mais banho nessa anta, nem que a vaca tussa!
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domingo, maio 14, 2006

Como era o award do meu antigo blog

Era uma vez um blog que foi deletado porque a dona dele estava apaixonada e não tinha mais tempo pra escrever e nem queria escrever sobre os seus sentimentos para todas as pessoas lerem.
Quando as mulheres se apaixonam, elas só sabem escrever sobre aquele sentimento que lhes dá alegria, ansiedade e tudo aquilo que a raposinha falava com o Pequeno Príncipe, que eu li quando tinha 14 anos.
Quando as mulheres entram na maturidade e se apaixonam elas voltam a ter 14 anos. Amor é igual em qualquer idade. Os homens ficam bobos e viram gurís e as mulheres ficam mais sedutoras e têm uma característica: elas são mais inteligentes ou usam mais a inteligência no ato da conquista.
E foi nesse ínterim que o meu blog, tão lido e comentado foi deletado. Na época foi uma prova de amor, porque ele, com o nome de amore, estava se tornando público, eu poderia esquecer e falar seu verdadeiro nome.
E foi nessa insanidade apaixonante que o Tahthya Wiccans foi pro espaço, com direito a enterro e tudo! Tahthya Wiccans foi morar nas estrelas, porque ela era uma bruxinha boa.
Agora, excetuando a Cica e Maria Julia, que foram as descobridoras do meu blog, todos os lavrenses que quiserem entrar aqui, deixem seus comentários, per favore! Acho que as filhas das pessoas conhecidas, fora o Sávio, Cristina e Eliana - que já estão na net - vão me visitar, assim como faz a Ana. Mas pode ser que não me visitem. Nem todas as pessoas gostam de blogs.



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sábado, maio 13, 2006

Agora começam os posts antigos do blog que foi deletado...



Sempre tive diários, sempre gostei muito de ler e escrever e minha irmã roubava meus diários para ler nas horas vagas. Acho que ela tinha muitas horas vagas, porque descobri que não perdia um dia de leitura. Ela não mudou muito. Agora lê meu blog, mas como ela mesma diz, o blog foi um achado, porque fui salva de "ver o sol nascer quadrado", pois eu escrevi tudo que gostaria de fazer com o bandido do vizinho que matou meu gato.

Vocês já viram o Mistério da Libélula? Eu gostei porque trata de um assunto muito polêmico - pessoas que se comunicam com os mortos e também quando uma pessoa está em coma ou tem uma parada cardíaca.
Já li muito sobre esses assuntos e creio que isso possa acontecer realmente.

Estou numa fase de querer só receber. Não tenho tido vontade de escrever sem pensar. A minha criatividade melhora quando estou nessa fase mágica, onde escrevo as minhas idéias e sentimentos sem me questionar. Mas hoje estou mais para ameba, dentro do casulo. Significa que estou voltada para dentro de mim mesma e , como um feto, enrodilhada e protegida pelo meu eu, para não pensar em coisas que podem acelerar o processo de aprendizagem dessa vida má.

As borboletas são livres. Depois que elas saem do casulo que as protege, podem voar e aquecer-se ao sol, beijar as flores e voar muito alto, ao sabor do vento.

Havia um tempo que eu queria voar. Chegava a sonhar que voava.
Perguntava a mim mesma por que os seres humanos não podiam ser como os pássaros. Foi então que aprendi que a minha condição de voar está na minha mente e minha imaginação pode fazer o que o meu corpo sem asas não pode.

Às vezes eu viajo por minutos a fio e vou a lugares que nem conheço, falo com pessoas que nunca vi, estabeleço um elo com essas pessoas e lugares que visito e penso que se um dia visitar essas cidades, com meu corpo mortal, certamente elas me reconhecerão.
Os olhos da mente são infinitamente mais amplos que nossos olhos. Em vidas passadas usei muito meus 5 sentidos. Nessa vida, tenho que aprender a usar meu lado racional.
Tento...logo consigo!

A Clarice me lembrou de um episódio triste pra ela...bom pra mim!



Tania, com estes reencontros virtuais e reativação de lembranças, lembrei-me de uma situação hilária, em Santa Maria. Veja se lembra: tu estavas afim do oftalmologista e nós inventamos uma consulta com ele, só para que tu pudesses vê-lo.
Resultado: ele me dilatou a pupila e depois tive que ir para o apartamento a pé e sozinha, sem enxergar nada , numa manhã super ensolarada. Eu andava tateando pela rua Acampamento e te excomungando por teres me largado sozinha!
Tu ficaste bem e eu me ferrei.
Dei muita risada me lembrando desta história e contando para minhas filhas.

Bjos e Feliz Páscoa
Clarice



Ai, Clarice, desculpa por isso. Mas como eu não te levei pra casa? Tu não me pediu ou eu fiquei lá com ele, aproveitando a vida? ahahhahah! Cada uma...
Guria, eu teria mil assuntos para escrever um livro só pra rir.
Olha, hoje eu estava na psicóloga e falei pra ela que comecei a lembrar de como eu era e eu disse que era diferente das outras crianças, mais arteira e agitada, não tinha muita concentração e com certeza eu deveria ser hiperativa e ninguém me medicou. Aí eu fiquei rebelde na adolescência e na pós e na pós pós adolescência (ahahahha) e na idade adulta eu parecia excêntrica e agora eu me intitulo uma maluquinha analisada. Ela teve que rir, mas até que concordou...



E hoje ainda relembrei pra ela que eu não gosto de ser conquistada;gosto de conquistar e essa pessoa que você lembrou foi escolhido, mas acho que você não lembra das preliminares, de como eu fiz o encontro "bem natural" sem ele perceber. Vou te contar (e ao mundo inteiro).


O namorado da Rejane era muito meu amigo e quando vi que o carro do (amore da época em questão) desceu a rua para entrar na garagem e ir para o consultório, saí correndo da sacada, passei pela sala, puxei o namorado da Rê pela mão e desci aquelas escadas quase quebrando o garoto, numa corrida só. Ele e eu atravessamos a rua e fomos caminhando no sentido centro. Quando o "escolhido do momento" dobrou a esquina, deu de cara comigo, com aquele "mouton" que chamava a atenção (casaco azul de lã de ovelha cardada), lembra?


Eu dei uma esnobada, uma olhada de quem diz: ..que baixinho mais ou menos e ele grudou o olhão azul em mim, foi para o consultório e o Nado e eu demos a volta em todo o quarteirão, pra fazer de conta que a gente tinha saído para dar um passeio.
A Rejane lembra disso até hoje...



A Ana quer que eu faça um blog, como o que eu tinha, que o pessoal se partia de rir, mas agora não estou blogueira. Só entro aqui quando tenho vontade de escrever alguma coisa. A não ser que a gente combine de fazer um blog comunitário: cada uma conta uma história. Você gosta de escrever?



Tenho uma prima que me relembrou de algumas coisas e o que nós rimos não tem preço.
Guria, eu deveria ser muito destrambelhada pra fazer o que eu fazia. Não tinha nada demais, mas era muita aprontação.



A festa da família de vocês vai mesmo se realizar, não? Que bom. A nossa acho que furou, porque seria agora na Páscoa. Mas eu nem poderia ir mesmo, porque comecei a trabalhar.


Besitos mil

terça-feira, maio 09, 2006

Ar...riscado com A riscado



"Arriscar é o que eu mais faço na vida!
Quando eu era pequena eu riscava tudo: paredes, roupas, bonecas. Depois eu passei a arriscar e não parei mais, principalmente em relação a namorados e ficados.

Ar...riscar. Eu sou ar [libra] e gosto de riscar, rabiscar, no sentido de desenhar rápido, fazendo mil esboços e ensaios.

Agora trabalho com situação de risco. No drogs, no prostituição infantil, no abuso sexual, no violência doméstica, como sentido de preservar a vida das crianças e adolescentes.
Agora eu mais pareço um Ar riscado!