Páginas

domingo, agosto 31, 2008

Em seu lugar

Em Seu Lugar conta a história das irmãs Maggie e Rose. Rose é uma advogada bem-sucedida, que tem o trabalho como prioridade em sua vida. Já Maggie é uma mulher fútil, desempregada, que vive em festas e em busca de homens. Quando Maggie é mandada embora da casa do pai pela madrasta, Rose a acolhe. Logo em seguida, as irmãs brigam e Maggie sai em busca de uma avó que descobre estar viva. É o reencontro com essa avó que poderá mudar Maggie e reaproximar as irmãs.
Em Seu Lugar não começa de forma promissora. Estabelecendo desde as primeiras cenas a diferença de personalidade entre as duas irmãs, Hanson parece demonstrar falta de sutileza na apresentação das personagens, levando o público a crer que elas serão estereotipadas como a loira burra e fútil e a feiosa certinha e inteligente. De certa forma, é isso o que acontece, mas a condução da história é realizada de maneira tão eficaz que o filme vai conquistando o espectador a cada minuto que passa.
A principal qualidade de Em Seu Lugar é que o desenvolvimento da trama, apesar de não oferecer a mínima surpresa ou originalidade, é feito de maneira convincente. O espectador não encontra problemas em acreditar nas brigas e reconciliações de Maggie e Rose, pois o roteiro é cuidadoso ao não pular etapas; pelo contrário, a platéia sempre compreende o motivo das ações das personagens, fazendo a história fluir de forma natural.

A personagem de Diaz é a que passa pelo arco dramático mais definido de todo o filme. O roteiro demonstra inteligência ao “culpar” a futilidade de Maggie em uma dificuldade de aprendizado (dislexia) e não apenas numa opção de vida. A mudança sofrida pela personagem é carregada de forma talentosa por Cameron Diaz, que jamais deixa esta transformação parecer falsa. Um dos melhores trabalhos de Cameron.
E aqui, o poema que ela declama, no casamento da irmã, que faz meio milhão de expectadores chorar:
Carrego seu coração comigo


(eu o carrego no meu coração)


nunca estou sem ele


(onde quer que eu vá, você vai, minha querida;


e o que quer que seja feito por mim


é feito por você, minha querida)não temo o destino


(pois você é o meu destino, minha vida)


não quero o mundo


(pois você é o meu mundo, minha adorada)


e você é o que a lua sempre significou,


o que o sol sempre cantou


aqui está o segredo mais profundo


que ninguém sabe


(aqui está a raiz da raiz, o broto do broto


e o céu do céu de uma árvore chamada vida;


que cresce mais alta do que a alma pode ansiar


ou a mente pode esconder)


e aqui está o fenômeno que mantém as estrelas separadas.


Carrego seu coração


(eu carrego no meu coração)."


( E. E. Cummings)

3 comentários:

Anônimo disse...

assisti o filme ontem e queria achar o poema do final, Fiquei feliz por ter achado e achei interessante o comentario, bateu com o meu ponto de vista
um abraço e obrigado pelo presente

stela

Ana disse...

Que lindoooo!
Super dica, Tânia!
Obrigada!

Maria Cecília Silveira disse...

ai, eu fui uma das milhões de pessoas que choraram com esse poema..quase chorei de novo lendo aqui!! rsrs